quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
Em 2009 o diário de bordo continua
... mesmo sendo uma folha branca com teorias bizarras.
... mesmo sendo uma branca rolha, com ausência de falas.
Diário que não é diário. Acho que é uma espécie de resumo retardatário.
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
Choro
Ele respondeu que era de carne e osso, que acordava desanimado às vezes,
Que tinha uns revezes, como qualquer reles, que soltava fezes sem cerimônia.
Repetiram a pergunta.
Ele disse então que não costumava chorar por Julieta,
Nem por Desdêmona,
Nem por ter sido um parricida, como Édipo,
E nem parecia o protagonista da novela das oito.
Mas disse que a namorada tinha um nome maroto
Que impedia o choro, qualquer roto sentimento.
(Ou apenas assim se posicionou)
Impossível escrever
Risível é a falha do ator.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Sobre o nome
“Como assim italiano?” perguntavam algumas pessoas, com um ar de indignação moderado. E é sim. Italiano de Segunda Guerra Mundial, apenas um parentesco acima de minha mãe, na ordem cronológica. Não é uma descendência muito “alongada”, se é que me entendem, tipo coisa de bisneto. Mas o fato é que o nome marcou a minha vida toda. Causa risadas e algumas confusões. Acho que algumas pessoas o acham ridículo.
O fato é: determinado ano, uma senhorinha um tanto reprimida, coisa freudiana mesmo, resolveu me chamar o tempo inteiro por essa palavra. E ela não era qualquer senhorazinha, pois ela dava aulas tediosas que eu era obrigado a suportar durante um ano. Para mim, na sala de aula sempre se absorve alguma coisa, mas, ao ouvir aquele ser vociferar como se o nome fosse algo bizarro, eu realmente ficava um tanto quanto incomodado, e rancoroso, talvez.
Mas, como é coisa pra vida toda, que eu não pretendia mudar em cartório, fiquei de bico fechado. Talvez tenha dito pra ela uma ou duas vezes o que havia de errado com a bendita palavra. Mas ficou por isso.
A mulher falou tanto naquela palavra, mas tanto, que eu acabei até gostando dela.
Virou meu diferencial, meu nome único, superior.
No entanto, ainda causa risos. Sempre causará. Meu chefe não sabe falar essa palavra, e não parece querer saber. Meu irmão reduz a palavra pra virar apelido. Minha namorada dificilmente pronuncia.
Ao contrário da maioria das palavras italianas, esse sobrenome não é nada famoso.
Pedro Zambarda de Araújo
22/12/2008
Guia do novo revolucionário #3
Não chamarás o semelhante de companheiro.
Não serás amoroso, se o sentimento for falso. Serás competente.
Não serás servo do sistema, serás o sistema de si próprio.
Não te basearás no discurso alheio sem estudo.
E, quando te achares muito estudado, revisarás tudo.
domingo, 23 de novembro de 2008
Guia do novo revolucionário #2
Não farás discursos vazios.
Não farás discursos curtos.
Exercerá a crítica e a auto-crítica.
Exercerá o anti-idealismo, a anti-lógica e a loucura.
Exercerá o anti-marketing, para o novo marketing.
Exercerá o exercer. E não se lamentará jamais.
Guia do novo revolucionário #1
terça-feira, 23 de setembro de 2008
(conexão dial-up)
não serve para nada, apenas repete.
Mas fazendo um pouco de nada,
Atolado com um pouco de tudo, no seio da manada,
Você se sente mamado, drogado.
(dopado.o msn furado. histórico do homem desregrado)
David Bowie
Às vezes eu paro pra pensar o quanto sou desprezível.
Músicas: Life on Mars, Memory of Free Festival Part 1, Heroes.
Mas qualquer uma delas é válida, o camaleão é válido.
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
(Não há tempo)
(Não há tempo de beijar)
(Não pode trepar)
(Não poderá)
(Não terá)
(Negará)
(Não)
(...)
(Sapo)
(Tempo)
(O sapo do tempo)
(O teto do seio do relento)
(Eu trepo no centro do mundo)
Seriedade
Happy Hour, Tédio Generalizado, Coisas tem que ser "Legais" ou " Chatas", Ser NERD é Ser Idiota, Ser é Ter, Ter não é Ser.
Ok, agora desista, vá ser diferente dos outros
e não encha meu saco, seu imprestável.
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
do significado das palavras
moral é uma subjetividade. subjetividade é estar livre de se escravizar e ter que pertencer a um pensamento fixo. da moral, você deixa de ser medíocre, deixa de ser melhor, deixa de ser pior, deixa de ser esquerda ou direita. a regra concreta das normas são a gota de insensatez do nosso mar turbulento. do nosso caos sem sustento.
enquanto as pessoas querem curar o mundo das bactérias, a subjetividade diz apenas: tudo é acaso, tudo é caso de negação e afirmação, tudo é partido de uma parcela de nada, tudo é mínimo e desnecessário, toda a inutilidade é válida e arbitrária dentro de uma paranóia racionalizada.
tudo é nada. nada é tudo. tudo nada. nada tudo.
nadamos da superfície onde tutoriais não explicam.
o tutor não tem nadadeiras.
Hoje eu vou dormir cedo
Vou compor enredo
Dentro de meus pensamentos.
Dizem que durmo muito,
Mas no final das contas, sonho
Com a chance de não ter que o cilho
Fechado, prefiro estar no asilo acordado.
Sou camisa de força,
Sol da moça, noite insossa,
Sentimento insone, pensamento
Disforme.
segunda-feira, 28 de julho de 2008
Um livro só seu.
(ou eu ter disposição e gás para retornar o diário de bordo)
Mas, enfim, receber um livro que você fez (mesmo que seja em parte) é um ato de auto-exaltação, de encontro, de reencontro, de choque com a realidade.
Seus olhos não enchem de lágrimas, mas a respiração e as tremedeiras se ampliam.
--
Um dia escrevi uma poesia chamada Livro do Morto.
Hoje meu livro, meu filho, está vivo. O mundo gira outra vez.
Passamos pelo gênese.
terça-feira, 1 de julho de 2008
Academia
Recrudescimento de vocabulário,
Reclusos alunos no calvário,
Ensinamentos totalmente arbitrários.
Uma misantropia manifesta,
Uma sociologia dispersa,
Universidade sem faculdade,
Faculdade universa.
sábado, 21 de junho de 2008
Un peu de rock´n´roll
Novamente retornamos ao besouro que virou amigo da japonesa bolacha. Os rádios sentem falta do besouro baleado. Os cegos guardiões me guardam, junto com o sabá negro que preparamos todas as noites.
Mofo
Meu sono é um lutar insano,
O pó no rodo não tira o soro
Da minha pilha de papel roto.
sábado, 17 de maio de 2008
Espero meu pai
Espero meu pai físico que me foi segregado. Queria poder berrar isso sem ser negado, censurado.
Essa é por você, pai.
Comentários
Peço que me dilacerem com suas opiniões. Sou uma bomba ambulante, burlo as regras de isolamento, a misantropia comum. Minha solidão está dividida em suas vozes. Eu não me sinto só apenas no meu âmago, o meu núcleo é um mago em feitiçarias que vocês me fornecem.
Sou ator comedido, personagem comentado.
O tempo é deformável
Diário, o que me resta no armário do conhecimento? No armamento reserva do meu descontentamento? No sentimento sem ter todo momento tomado pelo consentimento? Dia e rio, por que correm sem se voltar?
O jornalismo basta e não me castra: sou uma aresta do parágrafo, um olho entre milhares de textos, uma pauta aberta, um aula sincera. E mesmo sendo assim, possuo alunos dispersos, pensamentos perversos. Sou vinte anos do século vinte e uns tantos. Vinte e um anos menos dois encantos, dezenove anos.
O jornalismo não me expressa claramente, mas a comunicação me faz coerente: não basta textos diretos. É preciso trabalhar os contornos, as sinuosidades das consoantes, tratar de temas dissonantes. Não basta viver uma profissão, é preciso viver uma missão existencial fragmentada em causas sociais, é preciso despertar admiração de terra seca, da Meca em Jerusalém, da encrenca.
É preciso encrencar com o discurso. Os dias e o curso confluentes. Congruentes.
Sarney novamente
A arma que engatilhei está carregada, revolta e ataque de Pânico.
Um e Todos (Dentro e Fora)
terça-feira, 29 de abril de 2008
A ordem dos textos
A anarquia dos textos
Leitura dinâmica
São outras formas de autêntica
Militância.
Melancia é uma boa sobremesa.
Uma arte que se põe à mesa.
Leitura. Feitura da massa. Elite da desgraça. Incompreensão em estado de graça. Marxismo retórico. Pedido de leitura na íntegra.
Sarney
sábado, 26 de abril de 2008
Louco (s) (a) (as)
E deixar todo mundo puto da vida, aos poucos.
Pra que ficar preso a uma definição?
domingo, 20 de abril de 2008
Fôlego
Ela já escritora, já foi pensadora de seu ideal, foi reflexo do seu olhar mais sincero e concreto.
Hoje ela diz que tudo o que produz é descartado, que a teoria suprime seu gosto criativo.
Eu, ao contrário, prefiro manter as produções, pretendo renascer a cada segundo, com várias dores, vários cortes profundos.
E ser o que eu sempre quis, ou, ao menos, se atirar pelo ar.
Até o pulmão estourar.
quinta-feira, 17 de abril de 2008
Revendo textos...
sábado, 12 de abril de 2008
As cortinas abaixam e...
A razão é a fundamentação da razão.
A saudação é uma audição passageira, rimas podres e muita rasteira.
Palmas são almas. Almas a se tocar.
(Odeio essas rimas amor dor, mas, ah, nem tudo é tão intelectualmente consultado em dicionário, desnudado em seu léxico, desvendado em sua semiótica se o leitor é manco, gordo, cego e, de certa forma, burro.)
segunda-feira, 7 de abril de 2008
(Já foi pensado)
Qualquer um pode entender que a cabeça humana é capaz de fazer os mesmos códigos que ela mesma criou.
Já deu tempo pra isso acontecer.
Pelado
Esse dia sem pulseira, sem horário nem canseira, vi passar o tempo sentindo frio. A vertigem era a pele de duas cores, pois o relógio sempre cobriu meu braço e o deixou mais claro após as queimaduras de sol. Fiquei querendo aqueles ponteiros que me infernizam, como um porteiro das mensagens e o matemático que só se vira com calculadora.
Meu frágil corpo estava sem noção. Era a comoção silenciosa do esquecimento, a nudez pomposa do desorientado. Estava nu sem aquele relógio. Era um dia cru sem nenhum cronômetro de cozimento, de movimento da vida. Corria sem ver a pista.
terça-feira, 1 de abril de 2008
Sobre hipocrisia, novamente
É, no final das contas, gosto de hipocrisia. Hipócrita seria eu afirmar que odeio isso, achar que isso só causa confusão. Achar que gosto sempre envolve nossas ações. Eu acredito, e tenho quase certeza, que muita gente só lembra das coisas por alguma chamada minha, que não ligam tanto para meus valores. Mas eu fico feliz quando me dão atenção. Não só feliz por purpurina, por número qualquer tipo de bajulação. Feliz pela atitude, simplesmente. Acho que conclui, nesses anos todos, que não peço autenticidade sempre e que, acima de tudo, sou gentil com carinhos, sejam de qual origem forem.
Claro que as comemorações feitas de forma autêntica, com vontade de aproximação, são quase sempre inesquecíveis. Mesmo que a pessoa me esqueça ali, em alguns anos, está marcado que ela me fez bem, independente dos males que vieram após.
Machado de Assis estava certo em dizer que a última impressão é a que fica, mas o leitor estava inteiramente equivocado em achar que as impressões iniciais não fazem diferença.
Qualquer demonstração de carinho, qualquer ação é observada por mim. E a observação é a chave, pelo menos atualmente, para eu entender porque sou tão insatisfeito em determinadas horas.
Satisfação nunca foi a base de tudo. Lucidez, sim.
Uma possível Teoria da Comunicação
Sobre hipocrisia
quinta-feira, 27 de março de 2008
Vida escolar
Pesquisador e teclador
Ar condicionado imperceptível. Eu nem sei se há esse tipo de refrigeração. O clima é morno, a disposição é audaciosa. Esqueço até de almoçar.
A pequena saleta do Centro Interdisciplinar de Pesquisa parece inerente ao resto do complexo de ensino superior. Não é. Não é o tamanho dos cômodos que define sua importância. É como julgar a carteira de alguém pelo tamanho: notas de cem reais, que não vejo há tempos, são dobráveis e perfeitamente maleáveis em pequenos bolsos.
Passo quatro horas seguidas pesquisando. As mensagens da internet deveriam me dispersar, também eu deveria estar com vontade de me desfocar. O anseio por conhecimento é maior e o texto continua a ser concebido. São concepções seguidas, transições de pensamentos, alegria e desejo.
Estava batendo as teclas como um pianista em improvisação. As cordas vibram como os dados de teoremas corridos. Era meu templo e meu trabalho, tempo de arado, plantação de ideais. Reais intenções de gestão de um futuro, talvez.
terça-feira, 25 de março de 2008
Literatura de leituras
Olhar outro e ter o conhecer. Olhar. Ver e rever.
segunda-feira, 24 de março de 2008
Mal-comido/desconfiado
Ou, pelo menos, algumas mensagens apagadas me dão muito essa impressão.
(Odeio ficar elaborando textos onde não existe)
domingo, 23 de março de 2008
O Verme
Há espetáculos melancólicos que não só nos cativam pelos aspectos em comum, mas pelas sutilezas. A canção de 4 minutos do grupo me cativa por dizer, de maneira DIRETA o que é o sadomasoquismo e a profunda reflexão humana.
Doer e doer. O Radiohead faz isso sem hesitar.
Veja a dor. Você, como ouvinte, veja o ser.
(E por essas e por outras que eu não sou ouvinte de música só pela emoção, é pouca ação.
E nem gosto de fazer arte só pra dizer o que sinto, mas também para englobar tudo o que entendo.
Tudo o que eu posso e tento, tudo o que é sentimento, senso.)
(o que não é dito nem escrito)
Quando eu ficava, na infância, sem dormir e inconformado por não ter uma história para o livrinho.
Quando eu atraso trabalhos.
Quando eu escrevo e não digo nada.
Há um texto.
Há um texto para tudo o que não foi escrito.
Há textos e textos de autores que dizem além do rabiscado.
Textos, cores e odores para os horrores da expressão.
Que pode ser um prazer, às vezes, ou um eterno refazer.
quarta-feira, 19 de março de 2008
Política em celebridades peladas
sábado, 15 de março de 2008
Jornalismo #3
"Toda escrita é um ato anti-social, pois o escritor é um homem que só pode falar livremente quando está sozinho; para ser ele mesmo, precisa trancar-se, para se comunicar, precisa cortar toda a comunicação, e nisso há sempre alguma coisa meio maluca. Muitos escritores abominam, acima de todos os sons, o do fechamento da porta que os isola na privacidade. Williams, ao contrário, o saúda: o som desfaz a névoa de incerteza através do qual ele normalmente conversa, e libera pra seu prazer as criaturas que povoam sua imaginação - mulheres desesperadas, homens que abrigam segredos perturbadores, intocáveis, que ele toca com franqueza e misericórdia, as bonecas de trapo abandonadas pela sociedade."
A Vida Como Performance, de Kenneth Tynan. Perfil sobre Tennessee Williams, dramaturgo da década de 50 do século XX.
Isso é o que chamo de jornalismo universal: possui um período que morre, que deixa de existir, um prazo de validade, mas suas mensagens ecoam como literatura, como conceito, como filosofia.
Concordando você ou não.
sexta-feira, 14 de março de 2008
Mulher em demasia.
"Por Paulo Cezar Guimarães • 14/03/2008
E tudo começou com o padre José de Anchieta escrevendo "Poema à Virgem" nas areias de uma praia e memorizando os versos para passar mais tarde para o papel. Muitos dizem que ali nasceu a poesia brasileira. Hoje,cinco séculos depois, em 14 de março, é comemorado o Dia Nacional da Poesia. A data foi escolhida em homenagem ao poeta baiano Castro Alves (1847-1871), que um dia escreveu "Eu sinto em mim o borbulhar de um gênio". Anos depois, Castro Alves virou nome da praça em Salvador e foi homenageado por Caetano Veloso na música "Um frevo novo", que dizia que "a Praça Castro Alves é do povo, como o céu é do avião"."
Fonte: http://msn.bolsademulher.com/estilo/materia/magia_das_palavras/15426/1
Aproveitando a ocasião, falo da minha namorada Larissa (Ly), que fez aniversário dois dias atrás.
É a poesia do próximo,
A elegia do exótico,
O sentimento maleável,
A fidelidade afável.
É a mulher que me abraça,
Que me comove, que sempre escapa,
Um ser humano em palavras,
De inteligência em cataratas.
Querer poesia
E mulher, em demasia.
sexta-feira, 7 de março de 2008
Habilidade de Senso = Sensibilidade
segunda-feira, 3 de março de 2008
Duas coisas
E.
O problema dos homens não é o amor, mas o que fazem dele.
Não preciso de motivos para dizer essas declarações e reflexões minhas.
sábado, 1 de março de 2008
Kurtz
No livro, é retratada a jornada do herói Marlow até o encontro do colonizador Kurtz, no Congo, na época do neo-imperialismo britânico na África. Nessa busca, Kurtz se torna uma obsessão e a personificação da pessoa que é afetada pelo local que explora.
Kurtz é o coração das trevas, o escuro com luz pálida, o homem que se conhece.
E é horroroso, terrível, inimaginável, incoerente, familiar e íntimo de todos nós.
Gostando ou não de Conrad, o retrado é digno de postagem, comentário de jovem de 19 anos (...).
(O livro inspirou o clássico do cinema Apocalipse Now de Francis Ford Coppola)
A Avenida...
Mudando pisos, asfaltos.
Minha vida se resume aos risos.
Desesperados.
Não deprimentes, não carentes.
Desesperados. Não dramáticos, de meter medo.
A rua sofre reformas.
Eu sofro revoltas.
(Isso acontece hoje, dia 01/03/2008 nesse local)
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
Jornalismo #2
"o especialista em comunicação se materializa em múltiplas especialidades distintas. Ele é um tipo de sociólogo, preocupado com as instituições e seus efeitos. Ele é um tipo de engenheiro, preocupado com as tecnologias e com os sistemas que é necessário planejar, entender e controlar Ele é um tipo de crítico da cultura, preocupado com significados e valores de produtos culturais (artefatos) particulares e classes de produtos culturais, desde poemas e pinturas até filmes e jornais, até prédios e moda. Ele é um tipo de psicólogo, preocupado com as unidades básicas e os padrões de interação comunicativa face a face ou no uso diferenciado de máquinas. Ou, ainda, ele é um tipo de lingüista ou filósofo da linguagem, preocupado com as formas básicas e estruturas dos atos de expressão e comunicação"
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
Berço Esplêndido
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
Reclamamos
Do jeito como as coisas seguem uma vanguarda,
Uma caminhada incerta, vozes concretas.
Reclamamos, bradamos
Contra o ocorrido, andamos
Sem querer marcar passos,
Somos ramos que renegam
O caule, despedaçam o elmo,
Dispersam o correto.
Reclamo de muitas coisas,
Reclamo das vistas
Que não boto em mim.
Reclamo das visitas
Que não faço dentro de mim.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Jornalismo #1
Desde aquela época, não vejo a profissão como um ideal para salvar o mundo e domar as bactérias que o Yakult reduz. Acho que jornalismo tá muito longe de um ideal: é uma configuração e uma prática.
É um tipo de filosofia. Existem jornalistas que não se envolvem, de modo algum, com jornalismo (...).
O fato de eu me sentir um incômodo
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Cheiro, vergonha e receio
Afastava as pessoas.
Não questiono os motivos que o levaram a beber. Não questiono sua pobreza. Marxistas me crucificariam, a justiça humana também. A ética seria paradoxal. Não estou aqui para falar de classes sociais. Não é a classe que questiono.
É a falsidade.
Ele percebeu que seu cheiro causava repúdio e forçou conversa e contato. Não comigo, mas com os outros. Não são regras de educação que ele ignorou, mas instintos.
Esse rapaz fez o que muitos fazem: forçar a barra. Há certas regras de polidez que você não aprende na escola, não aprende pensando, não aprende aprendendo: são deduções. Vi, naquele rapaz consumido pelo álcool e pelos sorrisos de vergonha, meus atos forçados.
E ele tinha, no bolso, dois cigarros e, aproximadamente, 17 reais.
Desceu na Luz. Disse que ia para a Bela Vista. Não sei o que pensaram dele (...).
Eram 18:12, acho eu.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Eu acredito no desacreditar
Acredito que as armas de Aragorn, Legolas e Gmili, na obra Senhor dos Anéis, têm um significado freudiano, da tara do autor, e pode ser adaptada em outras épocas.
Acredito que as balas dos documentários sobre a violência no Rio de Janeiro não duram o compartimento do pente. Sempre aumentam o número de balas. Sangue é sexy.
Acredito que a paixão está morta. Mas é a morta mais aproveitável. Não há românticos, mas ufanistas românticos.
Acredito em amores estúpidos. Acredito em amores inteligentes. E toda a inteligência é burra, por tradição. Toda a burrice tem algum sentido e todo o sentido tem alguma burrice.
Parece inteligente momentâneamente. Só uma fatia do bolo, do espaguetti, da vida.
Acabo de espatifar a razão de alguém
Acabo de espatifar o coração de alguém
Não é que relacionamentos sejam "reatáveis".
Eu simplesmente acredito que eles nunca terminam.
Eu vivo quebrado, por exemplo.
E não, isso não é ruim. Não necessariamente.
Riso feito choro (e vice-versa)
Algo menos diabético. Sem necessidade de médico.
Mais uma vez eu decepcionei quem estava perto de mim, assim como me decepcionaram. Nessas horas, eu revolto todos justamente por não querer me vingar, ou não querer me conformar.
Acho que estou atingindo um estágio pior do que a mediocridade. Medíocres passam, apáticos ou não, pelas pessoas, sem revelar dons nem defeitos, sem desvendar nenhum segredo. Eu cheguei num ponto do muro, exatamente no meio, no zero, no recheio, no rodeio sem cavalos, tourada sem touros. Sou um mouro, um asiático, um asmático na multidão. Não se trata de ser mais um ou não, é de não respirar. Não tem nada pior do que não respirar metafóricamente.
É a pior das dores: a que não machuca. É o pior dos desesperos: o consciente.
A pior das ignorâncias, a pior das petulâncias: é minha por eu querer ser.
É minha por eu querer ter. Não é por ser sofredor, mas criador de monstros, antros, dores.
Brigar com a namorada é de menos. Fazer show em público é o de menos. Se sentir patético no dia-a-dia é o de menos. Reprimir por ser reprimido é o de menos. Procurar a desconstrução da lógica é uma tortura. A ótica é uma ternura. Lucidez traz pânico.
E chorei, nos braços dela, "delas" e até deles. Era um choro feito riso. E vice-versa.
sábado, 9 de fevereiro de 2008
Ter um ídolo sem deformar a identidade
Os óculos redondos do "Madman" não escondem sua admiração.
John Michael, Ozzy, parece muito com John Lennon.
Diferentes homens de ação.
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
Queria ter mais coordenação...
Para fazer as coisas sem precisar de um sermão,
Ter uma mão de quem tem um dom.
Malditos sejam os dons que ficam só nas idéias. Falam muito mal de você por trás.
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
Registro: Nostalgia e Saudade
"A nostalgia não é uma coisa boa. Ela traz o sentimento de querer viver no passado, viver coisas que são impossíveis no presente. Saudade se mata, saudade, como a palavra diz, podemos saudar, dar uma continuidade".
Lembrança construida, claro, com criatividade mental. Nem ferrando eu iria lembrar, palavra por palavra, o que ele exatamente disse. Mas, de qualquer maneira, está demarcado.
Olhos opacos
Ficam suspensos como líquido, ficam leves, levianos e raros como ácidos.
Esse estado decomposto fica consistente até alguém fazer uma piada, até alguém relevar o ponto. As relações e a rotina voltam a se solidificar.
Queria eu, embora eu saiba que não é sempre verdade, tentar deixar as coisas mais como um ficar sempre junto. Como a rocha entre os juncos, o corpo nos olhos úmidos, de choro e de conforto.
Indas e vindas
Transito, hoje em dia, entre Paranapanema e SP. Já fiz a mesma ponte estendida até a baixada santista. São propriedades de meus pais, rituais familiares que às vezes me entediam.
Mas, no fundo, são boas essas viagens. Às vezes eu queria inverter alguns idas em vindas, em algumas vindas em idas. Não sei direito quando partir, prefiro juntar.
Gostaria não só de levar bagagens para as minhas viagens, mas pessoas, inclusive seus espíritos. Gostaria de poder compartimentar sensações. Mas, digamos que a graça da coisa é eu, de certa forma, trafegar contrariado.
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008
Cobra sem cabeça
Foi morta com pancadas de enxada do meu pai, com a guilhotina cega da gravidade universal. Sua cabeça rolou e ela esguichou sangue e moveu suas presas. Estava demarcando seu território num local onde sua espécie não comparece.
Dizem que ela foi parar na minha casa pelas mudanças de tempo, caçadora sem medo.
domingo, 3 de fevereiro de 2008
O sol de Paranapanema
O sol é limpo. Eu que não sou. Mas não sou pura sujeira. Sou bastante das minhas besteiras. Viajo pra cá metade por causa de meus pais, metade por causa do sol, metade sem motivo.
O sol é limpo. O sol do violão está desafinado. O solista está me deixando entediado.
O concerto é desconcentrado, dissimulado. Assim é a vida.
Tanto em Paranapanema, quanto em São Paulo. O que varia é a nota, a afinação, afinidade.
Canção para mulheres casadas
and nobody´s waiting by your side?
You've been running and hiding much too long
You know it's just your foolish pride
Layla.
You've got me on my knees, Layla.
Begging darling please, Layla.
Darling, won't you ease my worried mind?
Tried to give you consolation.
When your old man, he let you down.
Like a fool, I fell in love with you.
You turned my whole world upside down."
Layla, Eric Clapton.
--
Música que ele compôs para a mulher de George Harrison, Pattie Boyd, em meados de 1970, quando ela ainda era casada com o beatle.
Embora seja uma música típica de traição, ouço desde meus 9 anos de idade. Conheci num CD Umplugged do Clapton, que tá escondido em algum lugar, por aqui.
Acho os solos de guitarra de Eric bem sinceros.
Eles falam.
sábado, 2 de fevereiro de 2008
Experiências bloguísticas
Vista do pôr-do-sol
Paranapanema, entre 19:30 e 20 horas.
Estou comendo ameixas.
Degusto como se fosse um conhecimento para absorver. Consumo porque preciso emagrecer.
Comer frutas faz bem para uma pessoa sedentária, creio, humildemente.
Um dia, fiz uma poesia assim...
Daqueles que esperam
E não sentem os laços.
Nisso eu poso como ilusão
E iludido, como peça-nação
De um povo pobre
Com vislumbres do nobre.
Nisso eu cerco o ninho
E canto o hino
Fervendo espírito, cozinhando o braço
E a mão, que traziam o abraço.
Eu espanto carinhos
Com uma apresentação incrível
Querendo só assustar, esses mimos
Que eu não queria, terrível.
O mero toque já me espanta
Enquanto o que me encanta
É a minha própria pobreza
E a proeza
De me manter nessa forca.
--
Acho que estava falando do meu próprio palco pessoal, sem saber.
Original da poesia: AQUI