Um dia parti de casa sem meu relógio. Puxava o pulso e não sabia o estágio, não sabia qual trabalho, não via meu tênis, não mexia no cabelo, não estendia as mãos em um desejo. Não via letras, não lia textos, nem linha de contextos e nem ensejos de gente honesta.
Esse dia sem pulseira, sem horário nem canseira, vi passar o tempo sentindo frio. A vertigem era a pele de duas cores, pois o relógio sempre cobriu meu braço e o deixou mais claro após as queimaduras de sol. Fiquei querendo aqueles ponteiros que me infernizam, como um porteiro das mensagens e o matemático que só se vira com calculadora.
Meu frágil corpo estava sem noção. Era a comoção silenciosa do esquecimento, a nudez pomposa do desorientado. Estava nu sem aquele relógio. Era um dia cru sem nenhum cronômetro de cozimento, de movimento da vida. Corria sem ver a pista.
Esse dia sem pulseira, sem horário nem canseira, vi passar o tempo sentindo frio. A vertigem era a pele de duas cores, pois o relógio sempre cobriu meu braço e o deixou mais claro após as queimaduras de sol. Fiquei querendo aqueles ponteiros que me infernizam, como um porteiro das mensagens e o matemático que só se vira com calculadora.
Meu frágil corpo estava sem noção. Era a comoção silenciosa do esquecimento, a nudez pomposa do desorientado. Estava nu sem aquele relógio. Era um dia cru sem nenhum cronômetro de cozimento, de movimento da vida. Corria sem ver a pista.
2 comentários:
se tu faz isso quando dá pela falta do relógio, não quero nem imaginar o que acontece quando tu esquece... de pentear o cabelo?
XD seu... escravo do tempo.
Aparentemente não era o relógio quem fugiu
Mas sim o tempo...
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