terça-feira, 29 de abril de 2008

Habilidade

...é toda a verdade?

O que a quantidade...

...interessa diante da habilidade?

Escrever mais...

...para entender menos?

Escrever menos...

...para entender mais?

A ordem dos textos

A crítica dá formato ao bizarro código humano, o umbigo sem dono, o escrito sem significado concreto, reto como auto-estrada, oco como chapéu-coco de um Chaplin sorridente, sublime horizonte falso, do mar turvo.

A anarquia dos textos

A internet dá pretexto aos copiadores e recortadores de criatividade, mordedores dos patrícios acomodados, dos ativistas retardados.

Leitura dinâmica

Não é uma rapidez satânica,
São outras formas de autêntica
Militância.

Melancia é uma boa sobremesa.
Uma arte que se põe à mesa.

Leitura. Feitura da massa. Elite da desgraça. Incompreensão em estado de graça. Marxismo retórico. Pedido de leitura na íntegra.

Sarney

Sarney. Calei. Castrei. 1985. Safei. Pulei. Escapei. Evasivo. Incisivo. Dente incisivo. Inquilino governante. Diante de um quadro. Um esquadro matemático. Esquadrilha ditatorial. Quadrilha de ladrões. Academia. Das Letras. Leitores. Mal-feitores. Sua mãe fede horrores. Brasil. Brazil. Vazio.

sábado, 26 de abril de 2008

Louco (s) (a) (as)

Um dia vou fazer uma teoria sobre loucos.
E deixar todo mundo puto da vida, aos poucos.

Pra que ficar preso a uma definição?

domingo, 20 de abril de 2008

Fôlego

Tenho uma professora bastante especial, que analisa, de forma conceitual, tudo o que é escrito.
Ela já escritora, já foi pensadora de seu ideal, foi reflexo do seu olhar mais sincero e concreto.
Hoje ela diz que tudo o que produz é descartado, que a teoria suprime seu gosto criativo.

Eu, ao contrário, prefiro manter as produções, pretendo renascer a cada segundo, com várias dores, vários cortes profundos.

E ser o que eu sempre quis, ou, ao menos, se atirar pelo ar.

Até o pulmão estourar.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Revendo textos...

Bate um certo desespero em notar que algumas coisas não possuem sentido. Não possuem sentido agora. Leio de novo, volta um propósito, uma meta e me felicito de novo. Palavras são assombrosas, mas possuem em sua raiz tuberculosa um certo jornalismo: de acordo com as situação, são alterações substanciais que ocorrem.

Edição é um flecha das ficções. O que resta? Equações de figuras geométricas sem arestas. Círculos, meu caro. Coma seu próprio rabo.

sábado, 12 de abril de 2008

As cortinas abaixam e...

O sentimento é o reflexo do momento.

A razão é a fundamentação da razão.

A saudação é uma audição passageira, rimas podres e muita rasteira.

Palmas são almas. Almas a se tocar.

(Odeio essas rimas amor dor, mas, ah, nem tudo é tão intelectualmente consultado em dicionário, desnudado em seu léxico, desvendado em sua semiótica se o leitor é manco, gordo, cego e, de certa forma, burro.)

segunda-feira, 7 de abril de 2008

(Já foi pensado)

Todos os textos foram pensados. Os que são "inéditos" são releituras de algum que se perdeu no caminho.

Qualquer um pode entender que a cabeça humana é capaz de fazer os mesmos códigos que ela mesma criou.

Já deu tempo pra isso acontecer.

Pelado

Um dia parti de casa sem meu relógio. Puxava o pulso e não sabia o estágio, não sabia qual trabalho, não via meu tênis, não mexia no cabelo, não estendia as mãos em um desejo. Não via letras, não lia textos, nem linha de contextos e nem ensejos de gente honesta.

Esse dia sem pulseira, sem horário nem canseira, vi passar o tempo sentindo frio. A vertigem era a pele de duas cores, pois o relógio sempre cobriu meu braço e o deixou mais claro após as queimaduras de sol. Fiquei querendo aqueles ponteiros que me infernizam, como um porteiro das mensagens e o matemático que só se vira com calculadora.

Meu frágil corpo estava sem noção. Era a comoção silenciosa do esquecimento, a nudez pomposa do desorientado. Estava nu sem aquele relógio. Era um dia cru sem nenhum cronômetro de cozimento, de movimento da vida. Corria sem ver a pista.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Sobre hipocrisia, novamente

Texto original de 01/03/08

É, no final das contas, gosto de hipocrisia. Hipócrita seria eu afirmar que odeio isso, achar que isso só causa confusão. Achar que gosto sempre envolve nossas ações. Eu acredito, e tenho quase certeza, que muita gente só lembra das coisas por alguma chamada minha, que não ligam tanto para meus valores. Mas eu fico feliz quando me dão atenção. Não só feliz por purpurina, por número qualquer tipo de bajulação. Feliz pela atitude, simplesmente. Acho que conclui, nesses anos todos, que não peço autenticidade sempre e que, acima de tudo, sou gentil com carinhos, sejam de qual origem forem.

Claro que as comemorações feitas de forma autêntica, com vontade de aproximação, são quase sempre inesquecíveis. Mesmo que a pessoa me esqueça ali, em alguns anos, está marcado que ela me fez bem, independente dos males que vieram após.

Machado de Assis estava certo em dizer que a última impressão é a que fica, mas o leitor estava inteiramente equivocado em achar que as impressões iniciais não fazem diferença.

Qualquer demonstração de carinho, qualquer ação é observada por mim. E a observação é a chave, pelo menos atualmente, para eu entender porque sou tão insatisfeito em determinadas horas.

Satisfação nunca foi a base de tudo. Lucidez, sim.

Uma possível Teoria da Comunicação

Muito se fala do fim das literaturas, da valorização das imagens, nas mensagens sem compreensão, no acumulo informacional e na falta de comunicação humana. Muito se fala sobre o tudo que cega, o tudo que desintegra, que oscila e não modula, que cria caos e não desordena.

Nisso, insiro as narrativas de blogs como diários que podem virar livros. Nisso, relembro que as pessoas, quando tiveram acesso aos livros, desenvolveram criatividades, sonhos e realidades. Embaladas por escritores, elas desenvolveram seus atores pessoais.

É pretensão dizer isso? Acho que não. Acho que seria como subestimar a esquizofrinia humana enquanto ela registra seus escritos - parte fica viva no papel e morta no corpo, parte permanece viva no corpo e morta na escrita.

Agora faremos isso com monitores de computador, com luzes que nos cegam, com vidros repletos de dados digitais. Faremos isso com outro olho, o eletrônico, escrevendo sobre nós.

Sobre hipocrisia

Dia primeiro, dia derradeiro como todo o herdeiro dos demais. Abril que canta mentiras, crença popular de retina dos olhos que insistem em não ver.

Dia da mentira é excelente para procurar as feridas das cicatrizes perdidas. Rir da hipocrisia, respeitar o cinismo em comum de muitos seres humanos.

No final, eu gosto de falsidade. Quem não gosta, não prova, não sobrevive e sequer assiste o espetáculo dos dramas terminais que são sempre anormais, insanos.