segunda-feira, 25 de agosto de 2008

do significado das palavras

estou lendo sobre moralistas franceses. moralistas são vistos como arautos da bondade, pessoas comedidas, de assuntos medidos em réguas geométricas do raciocínio equilátero, bilateral, chato.

moral é uma subjetividade. subjetividade é estar livre de se escravizar e ter que pertencer a um pensamento fixo. da moral, você deixa de ser medíocre, deixa de ser melhor, deixa de ser pior, deixa de ser esquerda ou direita. a regra concreta das normas são a gota de insensatez do nosso mar turbulento. do nosso caos sem sustento.

enquanto as pessoas querem curar o mundo das bactérias, a subjetividade diz apenas: tudo é acaso, tudo é caso de negação e afirmação, tudo é partido de uma parcela de nada, tudo é mínimo e desnecessário, toda a inutilidade é válida e arbitrária dentro de uma paranóia racionalizada.

tudo é nada. nada é tudo. tudo nada. nada tudo.

nadamos da superfície onde tutoriais não explicam.
o tutor não tem nadadeiras.

Hoje eu vou dormir cedo

Hoje eu vou dormir cedo,
Vou compor enredo
Dentro de meus pensamentos.

Dizem que durmo muito,
Mas no final das contas, sonho
Com a chance de não ter que o cilho
Fechado, prefiro estar no asilo acordado.

Sou camisa de força,
Sol da moça, noite insossa,
Sentimento insone, pensamento
Disforme.