sábado, 15 de março de 2008

Jornalismo #3

"Toda escrita é um ato anti-social, pois o escritor é um homem que só pode falar livremente quando está sozinho; para ser ele mesmo, precisa trancar-se, para se comunicar, precisa cortar toda a comunicação, e nisso há sempre alguma coisa meio maluca. Muitos escritores abominam, acima de todos os sons, o do fechamento da porta que os isola na privacidade. Williams, ao contrário, o saúda: o som desfaz a névoa de incerteza através do qual ele normalmente conversa, e libera pra seu prazer as criaturas que povoam sua imaginação - mulheres desesperadas, homens que abrigam segredos perturbadores, intocáveis, que ele toca com franqueza e misericórdia, as bonecas de trapo abandonadas pela sociedade."


A Vida Como Performance, de Kenneth Tynan. Perfil sobre Tennessee Williams, dramaturgo da década de 50 do século XX.

Isso é o que chamo de jornalismo universal: possui um período que morre, que deixa de existir, um prazo de validade, mas suas mensagens ecoam como literatura, como conceito, como filosofia.

Concordando você ou não.

2 comentários:

ítalo puccini disse...

concordo com tua opinião, mesmo sendo leigo como sou sobre o assunto.

adorei esta de que "Toda escrita é um ato anti-social"! Nada mais verdadeiro. A leitura também o é, em seu estado mais frequente e conceituado.

abração,
Í.ta**

Anônimo disse...

"o talento forma-se na solidão, o caráter na sociedade"

essa é de outro anti-social/ talentoso/que ecoa, o goethe

que bom que tem outro blog pra eu espiar agora q o da cásper parou!