sexta-feira, 8 de maio de 2009

Anestesia geral

Hoje ouvi alguém no corredor da faculdade berrar:
"feliz ano novo!"

Não sei em quais circunstâncias, contexto, etc.

Mas 2008 terminou no dia de hoje. Esse ano precioso começou em um mês comum de janeiro e terminou num incerto dia de maio, do outro ano. Pensei que terminaria de outro jeito, pensei até que nunca iria terminar.

Anos não passam somente nas datas, mas sim nas sensações. Estudo de teatro: eu tinha um começo, com um protagonista e vários personagens, ocorreu um turning point brutal, que culminou para o incidente de um dos personagens, mudando toda a história.

Faltava saber o destino desse personagem querido. Mas a história não terminou assim.

Na verdade, eu perdi outro personagem. O narrador parou estarrecido, o protagonista perdeu sentido.

Agora, a nova história tem três opções possíveis.

Vingança, pela perda.

Um novo enredo em si.

Anestesia.

Acho que fico com a opção três. Tenho quase certeza que o personagem perdido no fim dessa narrativa foi o próprio protagonista dela. De certa forma.

Não tenho o que fazer. Então basta injetar a agulha. Se há tantos problemas insolúveis, a agulha deve me fazer dormir o suficiente. Nada de prozac, pois não quero me sentir melhor.

O negócio é calmante. É a lucidez que sempre machuca um pouco.

Um comentário:

Livia Hay disse...

penso que o protagonista continua onde sempre esteve, só falta ele começar a encarar as mudanças de ano e de repente se mudar um pouco também, só para acompanhar. Força! No fim, da tudo certo!
se cuida, bj