Ouço rock desde 2004, quando tinha 15 anos. Antes disso, também escutei. Mas não gravava na memória quais eram as músicas, tampouco me interessava por isso. Depois dessa idade, passei a escutar diversas bandas - por influências de amigos ou para escrever no meu jornalismo.
Comprei também uma guitarra e arrisquei alguns solos e bases dessas canções. Mas o que vale desses 10 discos é saber que tipo de mudanças eles trouxeram para a minha mentalidade. Confira abaixo:
Nightfall on Middle-Earth, Blind Guardian (1998): Sempre admirei músicas que conseguem contar uma história completa, do começo ao fim. Esse CD do Blind pega o livro Silmarilion, do escritor J. R. R. Tolkien (o mesmo de Senhor dos Anéis), faz alguns recortes e te entrega uma história completa. Se você quiser ouvir sobre Morgoth, o maior ser negro da Terra-Média, e quiser saber das lutas dos eldar (elfos) e edain (humanos) contra os males dos primeiros anos, esse é o álbum definitivo. Ele soa medieval, agressivo e bem elaborado. É uma aula de narrativa.
The Rise and Fall Of Ziggy Stardust and The Spiders from Mars, David Bowie (1972): Quando comecei a ouvir música, não gostava tanto de bandas com maquiagem e ídolos andróginos. Curtia o Kiss e olhe lá, mais pela pose agressiva. No entanto, quando tive contato com esse CD do Bowie e com a música Life on Mars?, mudei meus conceitos sobre glam rock. O personagem Ziggy Stardust, interpretado por Bowie, não é apenas um bissexual com purpurina e cabelo tingido admirado pelo público, mas sim uma grande metáfora sobre a grandeza do rock. Ele veio para um planeta Terra à beira de um colapso e salva nossa raça com sua música marciana e seu suicídio. Ele é o símbolo que só quem tem o rock como estilo favorito consegue adorar. As músicas são repletas de violões, pianos e arranjos inspirados de Mick Ronson.
Metropolis, Pt 2: Scenes from a Memory, Dream Theater (1999): Eu entendo quem critique o DT - a banda tem músicos virtuosos que ficam se exibindo em solos intermináveis. No entanto, Scenes é um CD leve e acessível para qualquer pessoa, com uma história cativante. Usando hipnose, o protagonista do álbum regressa a uma vida passada, onde ele vive com seu próprio assassinato e uma sentimento de amor. As músicas oscilam entre o peso, a narrativa e o sentimento por parte dos músicos. Teclados em sincronia com guitarra e uma bateria com viradas impressionantes. É um CD múltiplo, multifacetado, excelente.
Unknown Pleasures, Joy Division (1979): Muitos encaram esse CD como depressivo e obscuro. É verdade, mas seu som influenciou bandas como Legião Urbana e Barão Vermelho. É um rock simples, direto e muito ritmado. Esse não é só um álbum que eu gosto de ouvir. Gosto de tocar suas músicas, que são extremamente fáceis na guitarra. Os solos e as bases, apesar de repetitivos, são empolgantes e cativam.
Blizzard of Ozz, Ozzy Osbourne (1980): A discografia de Ozzy foi uma das que mais ouvi. Blizzard é uma obra prima de um guitarrista com um raro talento para a música: Randy Rhoads. Ele reunia os mesmos conhecimentos de música erudita de um Van Halen em um rock ainda mais pesado. Ozzy, que estava menos sequelado pela bebida e pelas drogas, também canta com mais empolgação. É uma preciosidade de um dos homens que criou o heavy metal, mas que não tem apenas músicas de consistência. Vale por suas baladas e suas peças acústicas.
Heaven and Hell, Black Sabbath (1980): Enquanto Ozzy fazia seu Blizzard, o Black Sabbath empregava seu novo vocalista Ronnie James Dio. E o som deles saiu da simplicidade dos primeiros anos para um rock pesado e elaborado. Esse CD foi o melhor feito na fase Dio, com músicas que brincam com a bondade e a maldade. E o heavy metal é bem isso, e não apenas canções demoníacas, como muita gente prega por aí.
Nevermind, Nirvana (1991): Vale gostar de um CD por causa de uma única música? Não que Come As You Are seja fraca, pois é uma música razoável. No entanto Smells Like Teen Spirit resume minha geração. Uma música que trata sobre a futilidade da juventude e o sentimento de insatisfação é tudo o que precisa para me atrair. Também tem a grande influência punk que permeia esse material, apesar dele ter um apego pop, o que o torna mais atraente em meus gostos.
Ok Computer, Radiohead (1997): Ao contrário do Nirvana, esse CD do Radiohead funciona como um todo. É um CD sobre a tecnologia, sobre a paranóia e sobre as realidades que são, pouco a pouco, partes de nós. É rock, mas é música eletrônica também. Cativa.
Meddle, Pink Floyd (1971): Eu sei, Dark Side of The Moon é demais. Another Brick in The Wall também. Mas eu gosto desse material deles, com uma fábula chamada Echoes. Essa é uma música viajante que me transmitiu mensagens de liberdade a vida toda. O coro de vozes Gilmour e Wright me faz abrir mais a mente do que as histórias conceituais de Roger Waters.
2112, Rush (1976): Gosto desse álbum pelos mesmos motivos do Nevermind - por causa da música 2112. Um épico futurista, em que o som de uma guitarra deve libertar os seres humanos, é muito atraente para mim. Além desses fatores, Alex Lifeson, Geddy Lee e Neil Peart são os músicos mais sensíveis e habilidosos que já ouvi. Tive dificuldade até de escolher um álbum do Rush para colocar nessa lista.
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