sábado, 19 de fevereiro de 2011

Os 10 discos de rock que mudaram minha vida

Então, listas nunca são definitivas, são?

Ouço rock desde 2004, quando tinha 15 anos. Antes disso, também escutei. Mas não gravava na memória quais eram as músicas, tampouco me interessava por isso. Depois dessa idade, passei a escutar diversas bandas - por influências de amigos ou para escrever no meu jornalismo.

Comprei também uma guitarra e arrisquei alguns solos e bases dessas canções. Mas o que vale desses 10 discos é saber que tipo de mudanças eles trouxeram para a minha mentalidade. Confira abaixo:

Nightfall on Middle-Earth, Blind Guardian (1998): Sempre admirei músicas que conseguem contar uma história completa, do começo ao fim. Esse CD do Blind pega o livro Silmarilion, do escritor J. R. R. Tolkien (o mesmo de Senhor dos Anéis), faz alguns recortes e te entrega uma história completa. Se você quiser ouvir sobre Morgoth, o maior ser negro da Terra-Média, e quiser saber das lutas dos eldar (elfos) e edain (humanos) contra os males dos primeiros anos, esse é o álbum definitivo. Ele soa medieval, agressivo e bem elaborado. É uma aula de narrativa.

The Rise and Fall Of Ziggy Stardust and The Spiders from Mars, David Bowie (1972): Quando comecei a ouvir música, não gostava tanto de bandas com maquiagem e ídolos andróginos. Curtia o Kiss e olhe lá, mais pela pose agressiva. No entanto, quando tive contato com esse CD do Bowie e com a música Life on Mars?, mudei meus conceitos sobre glam rock. O personagem Ziggy Stardust, interpretado por Bowie, não é apenas um bissexual com purpurina e cabelo tingido admirado pelo público, mas sim uma grande metáfora sobre a grandeza do rock. Ele veio para um planeta Terra à beira de um colapso e salva nossa raça com sua música marciana e seu suicídio. Ele é o símbolo que só quem tem o rock como estilo favorito consegue adorar. As músicas são repletas de violões, pianos e arranjos inspirados de Mick Ronson.

Metropolis, Pt 2: Scenes from a Memory, Dream Theater (1999): Eu entendo quem critique o DT - a banda tem músicos virtuosos que ficam se exibindo em solos intermináveis. No entanto, Scenes é um CD leve e acessível para qualquer pessoa, com uma história cativante. Usando hipnose, o protagonista do álbum regressa a uma vida passada, onde ele vive com seu próprio assassinato e uma sentimento de amor. As músicas oscilam entre o peso, a narrativa e o sentimento por parte dos músicos. Teclados em sincronia com guitarra e uma bateria com viradas impressionantes. É um CD múltiplo, multifacetado, excelente.

Unknown Pleasures, Joy Division (1979): Muitos encaram esse CD como depressivo e obscuro. É verdade, mas seu som influenciou bandas como Legião Urbana e Barão Vermelho. É um rock simples, direto e muito ritmado. Esse não é só um álbum que eu gosto de ouvir. Gosto de tocar suas músicas, que são extremamente fáceis na guitarra. Os solos e as bases, apesar de repetitivos, são empolgantes e cativam.

Blizzard of Ozz, Ozzy Osbourne (1980): A discografia de Ozzy foi uma das que mais ouvi. Blizzard é uma obra prima de um guitarrista com um raro talento para a música: Randy Rhoads. Ele reunia os mesmos conhecimentos de música erudita de um Van Halen em um rock ainda mais pesado. Ozzy, que estava menos sequelado pela bebida e pelas drogas, também canta com mais empolgação. É uma preciosidade de um dos homens que criou o heavy metal, mas que não tem apenas músicas de consistência. Vale por suas baladas e suas peças acústicas.

Heaven and Hell, Black Sabbath (1980): Enquanto Ozzy fazia seu Blizzard, o Black Sabbath empregava seu novo vocalista Ronnie James Dio. E o som deles saiu da simplicidade dos primeiros anos para um rock pesado e elaborado. Esse CD foi o melhor feito na fase Dio, com músicas que brincam com a bondade e a maldade. E o heavy metal é bem isso, e não apenas canções demoníacas, como muita gente prega por aí.

Nevermind, Nirvana (1991): Vale gostar de um CD por causa de uma única música? Não que Come As You Are seja fraca, pois é uma música razoável. No entanto Smells Like Teen Spirit resume minha geração. Uma música que trata sobre a futilidade da juventude e o sentimento de insatisfação é tudo o que precisa para me atrair. Também tem a grande influência punk que permeia esse material, apesar dele ter um apego pop, o que o torna mais atraente em meus gostos.

Ok Computer, Radiohead (1997): Ao contrário do Nirvana, esse CD do Radiohead funciona como um todo. É um CD sobre a tecnologia, sobre a paranóia e sobre as realidades que são, pouco a pouco, partes de nós. É rock, mas é música eletrônica também. Cativa.

Meddle, Pink Floyd (1971): Eu sei, Dark Side of The Moon é demais. Another Brick in The Wall também. Mas eu gosto desse material deles, com uma fábula chamada Echoes. Essa é uma música viajante que me transmitiu mensagens de liberdade a vida toda. O coro de vozes Gilmour e Wright me faz abrir mais a mente do que as histórias conceituais de Roger Waters.

2112, Rush (1976): Gosto desse álbum pelos mesmos motivos do Nevermind - por causa da música 2112. Um épico futurista, em que o som de uma guitarra deve libertar os seres humanos, é muito atraente para mim. Além desses fatores, Alex Lifeson, Geddy Lee e Neil Peart são os músicos mais sensíveis e habilidosos que já ouvi. Tive dificuldade até de escolher um álbum do Rush para colocar nessa lista.

E ai, curtiu? Que tal colocar a sua lista nos comentários?

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