domingo, 6 de fevereiro de 2011

Não precisa de diploma para ser jornalista, né?


Comecei o curso em 2007, sem saber se a carreira era essa mesmo. Escrevi voluntariamente para o site de cultura da faculdade logo no primeiro ano. Li 32 livros de comunicação no segundo ano, pelas minhas contas fajutas. Passei a estudar guitarra por gosto e passei a escrever melhor sobre música. Perdi madrugadas editando trabalhos de rádio. Descobri o podcast. Descobri o videocast.

Entrevistei Marcelo Tas. Entrevistei o escritor amazonense Milton Hatoum. Aprendi a fazer assessoria de imprensa colocando a empresa onde trabalhava na capa da revista Veja. Fiz um blog colaborativo que reuniu algo entre 30 pessoas, entre veteranos, calouros e até um professor. Bebi bastante na faculdade também. E fui aos JUCAs. E ouvi coisas que não queria ouvir. E vi o diploma de jornalismo deixar de ser obrigatório, sem largar a faculdade. Não peguei DP. E vi gente de DP que é melhor jornalista do que eu.

Sai do curso em 2010, com um TCC sobre um assunto que adoro - videogames. Fiz uma iniciação científica em 2008, no segundo ano, que me fez crescer nas leituras de clássicos literários. Dormi pouco. Fiquei viciado em café. Namorei. Namoro até hoje. Conheci a Avenida Paulista até cansar. Fiquei devendo muitas saídas aos amigos. Conquistei novas pessoas. Perdi contato de antigas amizades. Deixei o cabelo crescer, cortei, raspei e continua curto.

Dai vejo um monte de gente opinando que, para ganhar dinheiro e ter sucesso na vida, a faculdade é só uma perda de tempo. Bom, eu acho que não conquistaria meu emprego e nem teria essas experiências se não tivesse ingressado no ensino superior. O problema, o grande problema, é que 90% das pessoas não leva esses fragmentos conquistados em consideração. Por isso, nada parece mudar para a vida desses indivíduos. Elas não pensam em juntar as partes para formar um todo, uma carreira, algo para se orgulhar e gerar ideias para o futuro.

Bom, na minha vida, isso mudou. Não precisa de diploma para ser jornalista, né? Ah, as frases desnecessárias...

2 comentários:

Italo disse...

Precisa dizer outra coisa? Sim, precisa.
E tudo, por ele, é válido.

Jorge disse...

E a carona com o caminhoneiro?