Há alguns meses, acho que sofro de narcolepsia. Se não for narco, é falta de horas dormidas. Se há vontade de dormir, eu não a conheço muito bem. Sempre encontro coisas mais úteis pra fazer na cama, desde uma leitura até uma companhia. Normalmente o sono vem e me derruba, sendo bem direto no que ele deseja. Luto constantemente contra ele, pois é nossa maneira de nos relacionar.
Sinto falta de sonhos. Não de ter sonhos, mas ter a capacidade de concebê-los, deles refletirem de maneira simplória o que eu sou. As poucas imagens que aparecem são pequenos pesadelos ou situações em que eu magôo as pessoas que me admiram, cenários onde a depravação predomina. As imagens que percorrem minha cabeça são sexo, deslocamento de corpos, falas bizarras e um pouco de morte. Me parecem reflexos de frustração e de uma certa auto-repressão. Me parecem matéria que pode interessar uma certa psicologia, senão a de todos os tipos.
Não há vontade de relaxar, mas sim um cabo que alimenta e que me abandona, esporadicamente. Há essas imagens e o deslocar da minha energia, o alocar de um descanso forçado. Há conjunções carnais e pedras que rolam. Acho que sou uma bola de neve deslocando: um acúmulo de impressões, expressões e pressões.
Um comentário:
eu desisti de pensar que há coisas mais importantes que dormir.
sem dormir, não concebo nada como importante.
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