quarta-feira, 3 de junho de 2009

O Exílio e o Reino

Título desse post é título de um livro de Albert Camus. Não tenho muita criatividade ultimamente, embora tenha elaborado alguns poucos nomes engraçados pra texto, no melhor estilo palhacitos.

Eu não gosto de textos de desabafo. Gosto de ler os desse tipo, não de escrever. Mas acho que preciso fazer isso por aqui. Acho que o péssimo ator é tão péssimo que ele desistiu de atuar. Desistiu das cenas e das falas. Dos scripts. Do papel determinado. Decidiu improvisar.

Fiz isso no último dia 29. Em uma apresentação de pesquisa de dois anos e deu certo. A fala saiu rebuscada em determinadas horas, mas claras em outras. As críticas foram recebidas, bem recebidas e concentradas. Sinto falta disso na minha vida. Sinto falta de poder fazer, sem pensar muito, e acertar na medida.

Queria ficar aqui, sem ninguém me ver. Sem ninguém me recriminar.

Eu passei dois anos ao lado de uma menina linda. Eu passei praticamente 19 dos meus 20 anos atrás de um pai que sempre me assustou por antecipar tudo o que eu seria. Passo o tempo inteiro com uma mulher que é incrível e que me constrange, constantemente. Não me envergonha, me constrange. Eu preciso sempre estar por baixo. Eu preciso estar sempre bem. E eu sempre andei sozinho.

Sempre gostei de engolir sapos. Contruiria castelos de ouro com todos os sapos que engoli. Empilharia os anfíbios e faria torres de observação. Um a mais, um a menos. Não faz diferença. O problema é que eu sempre quis falar e deixar que eles saltassem da minha boca. Queria que minhas frustrações grandes e pequenas saíssem. Mas sempre saiu fumaça.

Então eu me afasto, ou sou afastado. Eu queria poder olhar o que eu quiser, no tempo que eu quiser, mas já não posso. Eu pude olhar por muito tempo. Pude errar por muito tempo e queria errar ainda mais.

Quero ser compreensivo. Eu não consigo falar em primeira pessoa, sou ambíguo. Meu pensamento é algo disperso. Meu abandono é minha maior virtude.

Um comentário:

Mel disse...

três palavrinhas o.o sobre esse texto: ca-ra-lho. e, meow, é impressionante como a tua força parece monstra de vez em quando.